Livro x Filme: A Sociedade do Anel, J. R. R. Tolkien
- Rapha
- 23 de jan. de 2018
- 4 min de leitura
Atualizado: 4 de mai. de 2018
Uma jornada inesperada e possivelmente mortal.

Três Anéis para os Reis-Elfos sob este céu, Sete para os Senhores-Anões em seus rochosos corredores, Nove para Homens Mortais, fadados ao eterno sono, Um para o Senhor do Escuro em seu escuro trono Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam. Um Anel para a todos governar, Um Anel para encontrá-los, Um Anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los, Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam.
Primeiro vamos falar um pouquinho sobre o livro O Hobbit, cujos acontecimentos refletem diretamente em Senhor dos Anéis. Bilbo Bolseiro (Ian Holm) é o protagonista, que viaja junto à uma comitiva de Anões até a Montanha Solitária. O livro relata a história onde Bilbo sofre muitas perdas, mas também conquistas. Uma delas é um Anel Mágico, que ‘achou’ numa caverna. Mágico porque ele torna invisível a pessoa que o coloca no dedo. Sendo essa uma ótima vantagem frente aos perigos que Bilbo enfrentava na viagem, enfia o Anel no bolso então e com ele fica por muitos anos. Até que, de volta ao seu lar, adota Frodo Bolseiro (Elijah Wood), primo mais novo por quem tinha muita consideração, como seu único herdeiro deixando sua casa e quase tudo que lhe pertenceu, incluindo o Anel.

Começa então a trilogia Senhor dos Anéis: Bilbo está preparando sua festa de aniversário de onzenta e um (111) anos, longo mesmo para os hobbits (raça na qual eles pertencem), e nem parecia ter sido tocado pela idade. Num belo show armado em seu quintal, com barracas, muita comida e cantoria, além dos amados fogos de artifícios de um mago velho conhecido e adorado por (quase) todos Gandalf (Ian McKellen), Bilbo resolve então “desaparecer” no fim de seu discurso, e nunca mais volta a ser visto por aquelas bandas. Frodo, que até então morava com ele, assumiu tudo que lhe foi deixado e agora está em posse do Anel, mas para este nunca deu atenção, somente quando Gandalf surgiu com suspeitas de que este pode ser o Um Anel do Senhor Escuro, e tirou toda a paz do pequeno hobbit por muito tempo.

Um comentário de Tolkien sobre este livro é que talvez ele seja pequeno demais, e eu, depois de muito negando, hoje concordo. O Senhor dos Anéis trouxe uma visão mais ampla da Terra Média apresentada em O Hobbit, uma vez que eles vão de quase Norte ao o Sul, e todas as histórias por traz dessa história que se encaminharam para a situação atual e no livro são apenas citadas nos deixam com um gostinho de quero mais.
Frodo então fica sabendo que carrega um grande mal em suas mãos pequenas de hobbit e que este mal é atraído pelo dono do Anel. Logo (talvez não tão logo assim, umas 100 páginas depois) resolve a conselho de Gandalf sair do seu pacato lar e se livrar do Anel o mais rápido possível, visando deixá-lo com aqueles mais sábios e sensatos. Leva consigo seu fiel empregado Sam (Sean Anstin), e seus dois primos Merry (Billy Boyd) e Pinpin (Dominic Monaghan). Também (mais pra frente) contamos com outros integrantes da então formada Sociedade encarregada de proteger o Anel (e consequentemente, quem o carrega), como Aragorn (Viggo Mortensen) , Legolas (Orlando Bloom), Glimli (John Rhys Davies), Boromir (Sean Bean) e o próprio Gandalf.

É super gostoso acompanhar o desenvolvimento entre eles, que no começo não passavam de estranhos uns aos outros, mas logo no final do primeiro livro já são muito amigos entre si. Fora que temos elfos, anões, hobbits e homens tudo andando junto, então cada um deles tem suas características e forma de levar à vida, além de habilidades e fraquezas a acrescentar. Esse é um ponto positivo do livro, que mostra mais esse desenvolvimento.
O grande desafio é costumar-se ao modo de escrever de Tolkien. O livro narra uma aventura que cobre muitas terras longes e diferentes umas das outras, e o autor faz questão de descrevê-las para que a gente se sinta lá. E o ritmo no começo é lento; Frodo demora bastante para sair de casa, deixando O Condado anos depois do sumiço de Bilbo (ao passo que no filme são questão de dias). E assim seguem outras diferenças sobre o tempo, como o período em que ele fica em Valfenda por exemplo; que ao meu ver foram boas até para não deixar o filme mais longo do que já é. Mais cortes foram feitos além desses períodos de viagem, como passagens inteiras do curioso e carismático Tom Bombadil (que no filme não existe).
Felizmente tive o prazer de baixar a versão entendida (sim, imagine Senhor dos Anéis, já longo por natureza, com cenas extras) e QUE MARAVILHA! O começo é bem detalhado sobre o Condado e eu achei que me daria sono, mas só me fez lembrar mais do livro e ver tantas coisas representadas foi uma dádiva. Tiveram mais cenas da viagem com Aragorn também, que deixou toda a ida à Valfenda mais condizente com a demora do livro.

O ponto alto foi a Floresta Dourada de Lórien (ou Lothlórien)!!!!! Gente, eu vou desabafar aqui, porque eu AMO os elfos e sou muito agradecida aos filmes do Hobbit (lançados depois) que mostram muito mais desse e outros povos em relação a Senhor dos Anéis; e Lórien tem um papel importantíssimo na trilogia, fora que é lá que mora a Senhora dos Elfos Galadriel (interpretada pela maravilhosa Cate Blanchett). Não me recordo dessas cenas na versão lançada pro cinema, mas talvez eu esteja enganada e misturando as coisas também.

Mulher da minha vida sim
Também na versão estendida o passado de Aragorn é mais explorado, seus conflitos internos ficam mais desenvolvidos. Único ponto baixo é a amizade entre o Legolas e o Gimli que ao final do livro um já viraram amiguinhos pra toda a vida, mas nesse filme não acontece. Ok, segue em frente, porque nas sequências eles resolveram isso.
Admito que foi muita tietagem nesse post, recheado de capslock e exclamações (me perdoa e não desiste de mim). E se mesmo assim ainda não te convenci à ler e assistir, deixo aqui minha jogada final, que não é ninguém menos que Orlando Bloom sendo o mestre da sedução mesmo usando o cabelo da Avril Lavigne:

Minha nossa senhora, tenha piedade de nós! (parei)
Trailer do filme:
Nota do Livro: ✮✮✮✮✮
Nota do Filme: ✮✮✮✮✮
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