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Livro x Filme: DUFF, Kody Keplinger

  • Foto do escritor: Rapha
    Rapha
  • 2 de mai. de 2018
  • 4 min de leitura

Designed Ugly Fat Friend

Imagem do blog Prateleiras de Cima

"— Eu, na verdade, preciso da sua ajuda. Olha, suas amigas são gatas. E você, querida, é uma Duff.

— E isso significa alguma coisa?

— Uma sigla em inglês para Designated Ugly Fat Friend, ou seja, a amiga feia e gorda — explicou ele. — Sem querer ofender, é isso que você é.

— Eu não sou uma...!

— Ei, não fique na defensiva. Não que você seja uma ogra ou coisa assim, mas comparada a elas... Olha só, você tem amigas lindas... Amigas muito lindas. O lance é que os cientistas já provaram que todo grupo de meninas tem um ponto fraco, a Duff. E garotas bonitas tendem a se dar bem com garotos que se enturmam com as suas Duffs."


Bianca Pipper, adolescente do ensino médio que odeia adolescentes do ensino médio, é a nossa DUFF. Amiga desde sempre das maravilhosas Casey e Jessica (loiras, altas, populares, simpáticas que atraíam a atenção de todos os caras), nunca percebera problema nenhum até que Wesley Rush, o capitão do time de futebol mais babaca e mulherengo que ela já conheceu, lhe informar que ela era a amiga gorda e feia, que só servia para ressaltar ainda mais a beleza das outras duas. A partir daí, mergulhamos na história bem comum sobre autoconhecimento que costuma caracterizar essa idade, mas nem por isso se torna chata ou repetitiva. Narrado em primeira pessoa, Bianca (Mae Whitman) com o seu humor ácido nos cativa logo nas primeiras páginas. É a típica adolescente que odeia e se irrita com tudo, e está sempre revirando os olhos.


Wesley Rush (Robbie Amell), o babaca, chega nela um dia no bar com intenção de virar ‘amigo’ dela, apenas para que ela fale bem dele para suas amigas. Ele quem a apresenta ao ‘mundo DUFF’, e ela começa a partir daí a ficar paranoica com a possibilidade dele ter razão.

Bianca então se afasta das amigas, criando picuinhas na cabeça de que realmente ela só está ali para inflar o ego delas. Ao mesmo tempo, a situação em sua casa também não poderia estar pior: seus pais estão com o casamento totalmente desequilibrado, e ela tem medo que um possível divórcio venha destruir a sobriedade de seu pai, que foi alcoólatra antes dela nascer. Nesse turbilhão de emoções e péssimas escolhas, ela vai atrás de ajuda nos piores lugares.


O filme (lançado em 2015) eu já havia assistido, e foi ele quem me motivou a ler o livro, inclusive. Engraçado e fofo, com personagens de várias cores e raças, um ótimo exemplo de comédia romântica daquelas bem Sessão da Tarde pra assistir com sua mãe ou irmã. Porém, não se trata daquela obra 100% fiel ao livro (em partes, até que é bom porque no livro tem muitas transas, não daria pra assistir isso na TV da sala de casa).


Primeiro que Bianca e Wesley são vizinhos e se conhecem desde sempre; apesar dela não gostar muito dele, não tem como a gente que assiste não gostar (afinal é interpretado pelo príncipe do Robbie né meninas, que pedaço de homem)! Mesmo sendo mulherengo sem vergonha, desde o começo ele é todo engraçadinho e fofo com a Bianca. No livro, eles são da mesma escola, frequentam algumas aulas juntos e só. Antes do dia do bar, ele nunca havia falado nada diretamente pra ela, o que só aumenta a canalhice e te deixa com ranço do personagem.


Casey (Skyler Samuels) e Jessica (Bianca A. Santos) também mudam quase que da água pro vinho; no livro elas são muito mais aprofundadas, enquanto no filme elas mal aparecem. Estão o tempo todo preocupadas com a Bianca, que do nada se afasta e começa a esconder tudo delas e até a evitá-las. Achei bem bacana o relacionamento delas e senti falta disso no filme.


E a própria Bianca. Talvez a mudança que mais me incomodou, as outras a gente releva. A personagem principal sofre de ansiedade. O casamento abalado dos pais é algo que a preocupa constantemente e ela não fala disso com ninguém, vai só engolindo as angústias e fugindo da situação. Você sente quase que na pele todo o sofrimento dela.


No filme, nada disso acontece: seu pai (que nem aparece) não mora com ela há muito tempo e sua mãe (Allison Janney) está engajando em novos relacionamentos. Fica mais na questão DUFF mesmo, o que eu achei que poderia ser tratado melhor: ela pede ajuda ao Wesley para mudar seu status de DUFF, e todo o enredo se caminha a partir daí. No livro esse nome começa a pesar muito na sua vida e a deixa muito mal. Não é só um apelido ou piada.


A grande surpresa do filme para quem acabou de terminar o livro é a Madison (Bella Thorne). Talvez inspirada na Vikki do original, Madison é a típica vilã dessas histórias adolescentes: a aluna desejada por todos, rainha do baile, roupas e cabelos maravilhosos e má. Mas eu não gostei. Ninguém é assim caricato de verdade né? Até a Vikki tem mais profundidade que isso, mesmo aparecendo em só algumas páginas.


A autora é novinha (26 anos) e faz uma pontinha no filme no estilo Stan Lee da Marvel. Possui mais dois livros nessa pegada Young Adult, e fiquei bem curiosa para ler o Shut Out, que fala sobre rivalidade e competição entre os times escolares de futebol americano e futebol.


Tirando a Madison, o filme é uma delícia. Claro que depois que você lê o livro, dá aquela sensação de quero mais, ou quero direito. Meu conselho é que você primeiro assista, e depois leia. Não vai estragar o seu final, nem o meio e vai te deixar gostar mais do filme.



Trailer do filme:


Nota do livro: ✮✮✮✮

Nota do filme:✮✮✮✮


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