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Livro x Filme: Tudo e Todas as Coisas, Nicole Yoon

  • Foto do escritor: Rapha
    Rapha
  • 12 de jan. de 2018
  • 4 min de leitura

Atualizado: 4 de mai. de 2018

Tem doença mais fatal que o amor?

“Levo Alice para o meu sofá branco e me acomodo. Carla está certa, é claro. Eu estou bem, mas, assim como Alice, estou apenas tentando não me perder. Continuo a pensar no verão em que completei oito anos. Passei tantos dias com a testa contra a parede de vidro que criei um galo por causa do meu desejo fútil. No início, eu só queria olhar para o lado de fora da janela. Mas, então, logo em seguida, eu queria ir para o lado de fora. E depois eu queria brincar com as crianças da vizinhança, brincar com todas as crianças em todos os lugares, ser normal por apenas uma única tarde, um dia, uma vida.”


Madeline tem 18 anos, uma parede repleta de livros e um guarda-roupa só com roupas brancas. Vive apenas com a mãe e enfermeira Carla, porque é basicamente alérgica a tudo. Possui um sistema imunológico muito frágil desde bebê, e então viveu toda sua vida trancada em casa, aonde sistemas automáticos trocam o ar de tempos em tempos e está em constante observação de sua mãe para qualquer possível reação. Tudo ia bem e normal como sempre foi, lendo seus livros e montando maquetes para suas aulas particulares de arquitetura, até que os vizinhos novos se mudam para a casa ao lado, trazendo Olly à sua vida.


“Pela janela olho para o caminhão de mudança, e então o vejo. Ele é alto, magro e está vestindo preto da cabeça aos pés. Seus olhos são de um azul como o oceano. Ele me pega observando-o e me encara. Encaro-o também. Descubro depois que seu nome é Olly. Talvez eu não possa prever o futuro, mas posso prever algumas coisas. Por exemplo, estou certa de que vou me apaixonar por Olly. E é quase certo que será um desastre.”


O livro é uma gracinha. Madeline é uma fofura de gente, eu só queria apertar ela o livro inteiro. Traz consigo muitas reflexões sobre como deve ser o mundo que nunca viu e suas paixões nele. A relação dela com a mãe é muito forte, e as duas são melhores amigas. Tem também a Carla, que sai mais como a irmã que ela não teve, e as duas rendem ótimos momentos.


E o Olly? Ah, ele é o amor da minha vida. Apaixonante como todo boy de romances devem ser, já encanta na primeira página em que aparece. Engraçado, ama preto (importante!), sexy (como ele mesmo diz) e joga as coisas na lata: já chega dando a real investindo na Madeline sem dar rodeios. Já virei tiete.

"- Sua filha está? - Não, ela não está."


A Maddy tem um blog onde posta resenhas (me identifiquei) curtas com spoiler, achei um máximo. O livro também contém outras fofurinhas como imagens no estilo de diagnósticos médicos para representar certos momentos da história.

O filme ta aí, novinho em folha, lançado ano passado (2017) . Vi primeiro o trailer, mas quando fiquei sabendo que tinha livro corri pra ler. A maravilhosa Amandla Stenberg, aquela neném que fez a Rue em Jogos Vorazes, cresceu e virou a nossa Maddy. Já o Olly é interpretado pelo Nick Robinson, que vai estrear como Simon em Simon vs A Agenda Homosapiens (mais um motivo pra eu virar tiete).


Visualmente lindo, cheio de cores claras e vivas que combinam com a Maddy e seu jeitinho de ser; a casa dela também é espetacular, toda trabalhada nas paredes de vidro e janelas grandes, um luxo. Mas chega de enrolação; fala logo, o filme é bom? Então... Como acontece na maioria das vezes, infelizmente, o livro é melhor. Pois é.


Primeiro que eu achei os dois atores sem química. Sim, é o primeiro amor da Maddy, e tem toda aquela coisa de ‘ai meu Deus o que eu faço agora’ mas não é isso que saiu, ficou mecânico e me pareceu até desconfortável. O que me deixou muito indignada porque eles são uma fofura no livro. Temos mudanças no Olly também, como o cabelo enorme que o ator usa (até ai ok um cabelo não impede nada) e ele pratica parkour, fato que o filme ignorou totalmente.


E achei que faltou um foco na relação da Maddy com a mãe, que é essencial para a história. Ela está o tempo todo pensando na mãe e o que ela faria ou diria de tal situação. É quase uma consciência dentro dela. Fora o pai do Olly, que é um nojento que bate na mulher e nos filhos, não foi bem aproveitado e toda sua situação problemática foi só pincelada no filme.


Claro que não vou ficar só apedrejando; achei genial as cenas em que os dois conversam por email: eles podiam muito bem ter feito a coisa básica de cada um na sua cama só com os balõezinhos das mensagens ao lado mas não, deixaram os dois cara a cara (lembrando que ela não pode sair de casa, então o máximo de contado que eles tem é pela janela do quarto) nas maquetes da Maddy, e seu fiel astronauta sempre presente.


Os produtores também nos presenteiam com a Rosa, filha da Carla, já que no livro ela só é citada. É aquele tipo de coisa que você acha que não precisa até ter. Adorei. E a parte final ficou bem fielzinha e trouxe a fofura toda que eu senti falta no começo. Mantiveram o mesmo plot twist (e que plot twist!) o que já marca como ponto positivo né, visto que tem filme ai que adora mudar o final do livro.

Como sempre, assistam e tirem suas próprias conclusões (vai ver eu que sou chata porque minha amiga adorou) e leiam (sempre!) porque romances assim sempre deixam a nossa vida mais leve.


Trailer do filme:


Nota do livro: ✮ ✮ ✮ ✮ Nota do filme: ✮ ✮ ✮

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